Nunca é possível você saciar-me pôr inteiro...sempre desejo mais...além do corpo vem em conjunto a energia, o sangue...inebriante na taça da mortalidade e imortalidade...Me sinto como um Deus ilimitado...em um corpo mortal e limitado...mas talvez não tenha de ser assim....

________________________Um Vampiro Anônimo

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terça-feira, 17 de junho de 2008

Lázaro: Em nosso tempo


“O efeito borboleta realmente existe. O caos esta dentro de cada um. Tão frágil quanto uma fileira de dominós, que vão caindo, derrubando , destruindo...Mas no final dão uma nova ordem para as coisas, uma nova visão...”

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Apesar de pensar diferente sua família o aceitou. Suas irmãs mais unidas, seu contato com seu pai havia melhorado muito. Havia casado com a mulher mais bela da região, teve os melhores filhos...

Agora um grito...batidas fortes acima de si....”aquele paraíso familiar era um sonho, nada mais...”- pensou ele.


Outro grito de mulher que o levava para longe de seu sono eterno. Só que desta vez o grito veio acompanhado de uma batida acima dele junto com um cheiro de sangue.

Outra batida na tampa de mármore, onde abaixo descansava Lázaro pôr muito tempo. O sangue


Agora escorria entre as rachaduras da tampa de mármore, penetrando em seu interior fazendo gotejar na boca dele.

“Hora de acordar novamente.” – sussurrou com um sorriso no rosto.

A tampa foi movida, suas mãos brancas como o mármore da lápide empurrou completamente a tampa, fazendo-a quebrar ao chão. O barulho da tampa sendo aberta e quebrada interrompeu o choro de uma mulher...Ela pasma com que via ficou paralisada: um ser parecido com um homem pálido como a lua, rosto cheio de sulcos como se fosse uma terra seca, porem branca. Uma vela fazia ela ver todo seu corpo Agora completamente fora da lápide. Pele junto aos ossos lábios finos acompanhado de um sorriso ameaçador que mostrava uns caninos longos e brancos.

Ele foi em direção a ela, mas agora ela caiu em si e gritou....pegou uma pedra que estava no chão e jogou contra Lázaro em vão....ela tenta fugir, mas tropeça e cai, batendo a cabeça na parede e desmaiou.

Agora Lázaro olhava em volta para o cenário em que estava: havia ela desmaiada em um canto e próximo a lápide havia um corpo de um homem com a cabeça toda ensangüentada.

O homem teve ainda tempo de levantar os olhos para avistar Lázaro o agarrando com furor e rasgando seu pescoço com suas presas...tal foi a rapidez e a violência de sua alimentação que ele nem vislumbrou a história daquele humano...apenas percebeu que era jovem e que era ex-namorado da moça. Ia se vingar dela naquele cemitério, ia estrupa-la e mata-la.

O seu primeiro alimento fez com que sua pele cheia de sulcos ficasse lisa e jovem dando maior volume acima de seus ossos.
Agora foi até a moça ...ela já estava acordando quando ele a abraçou...ele contemplou-a pôr um tempo. Sugou o sangue dela com mais calma, saboreou aquela sensação que nenhum mortal podia experimentar...viu a vida dela em segundos...a vida curta e jovem dela...seus desejos seus devaneios...viu ela batendo a cabeça daquele homem na lápide dele...viu o extinto de sobrevivência que ela tinha...e agora era entregue para Lázaro em seu sangue. Junto com a vida dela em sua mente vinha agora o entendimento daquela época em que acordou...um entendimento breve, mas saboroso...a mais doce energia sorvida em sua vida...

Terminando colocou o corpo dela ao chão cuidadosamente, observando, se arrependendo de não ter aproveitado melhor daquele corpo jovem e belo. Mas uma sensação de urgência invadia sua mente. Lázaro queria ir embora rápido.
Agora totalmente restabelecido olhou para suas vestes, uma batina carcomida pelo tempo. Ele rasgou a roupa dizendo: “Roupa de hipócrita!”

Foi até o homem morto e pegou suas roupas, roupas pretas e um sobretudo...vestiu elas, caiu perfeitamente em seu corpo.

Seus pensamentos foram interrompidos pelo o que sua intuição lhe alarmava com urgência. Havia chego vários policiais dentro do cemitério e estavam agora entrando na capela em que ele estava.

- Mãos para cima!!!!- dizia um.


- Parado!!! – dizia outro.

Havia cinco policiais no total, eles vieram através de chamadas de pessoas próximas que ouviram os gritos.

Os policiais olharam para os corpos e apontavam suas armas para o suspeito.
Lázaro passou entre eles com uma velocidade incrível, parecendo um espectro, uma sombra ...e ao mesmo tempo uma risada de escárnio saia da boca de Lázaro que ecoava em todo o cemitério.

Lázaro voou até o topo de uns dos prédios que havia em volta. Conseguia sentir a euforia da caça.


Conseguia sentir a decepção e confusão dos policiais que estavam agora em sua procura em vão.

Pensava no efeito borboleta...o sangue daqueles humanos serviu para acorda-lo e trazer a morte para eles. Agora sua ressurreição irá acordar outros. Os dominós da existência estão caindo para mais uma vez fazer um sentido para sua imortalidade injusta.Quem sabe os que despertem agora o compreendam?!

Lázaro foi condenado em sua época a ser um herege, que ninguém ouvia, nem mesmo sua família, pois haviam testemunhado um milagre, quem era ele para dizer não diante de seu povo alucinado?!

Mas agora quem sabe agora...talvez alguém de ouvidos à ele...

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